Seguradora não pagou sinistro em 30 dias – E agora?

Descubra o que acontece se a seguradora não pagar o sinistro em 30 dias e conheça seus direitos e procedimentos legais aplicáveis.

Você sabia que quase metade das queixas contra seguradoras no Brasil é sobre a demora no pagamento? Esse é um grande problema no mercado de seguros. Mas o que fazer quando a seguradora atrasa o pagamento?

Após um sinistro, como um acidente de carro ou incêndio, os clientes esperam a indenização em até 30 dias. Mas a demora pode acontecer por vários motivos. Isso inclui falta de documentos ou a necessidade de mais investigações.

Se o pagamento atrasar, o cliente pode pedir juros pelo atraso. Também é possível fazer reclamações em órgãos de seguros. E tem uma lei, o Projeto de Lei Complementar 404/17, que quer punir as seguradoras que demoram com multas e juros.

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Principais Pontos a Reter

  • As seguradoras têm um prazo de 30 dias para pagar a indenização após o recebimento de toda a documentação.
  • Fatores como falta de documentação ou investigações adicionais podem atrasar o pagamento.
  • Em caso de atraso, o segurado pode solicitar juros sobre o valor devido e registrar reclamações nos órgãos reguladores.
  • O Projeto de Lei Complementar 404/17 estabelece multas e juros para seguradoras que descumprirem o prazo.
  • Beneficiários têm até 3 anos para acionar a seguradora em caso de falecimento do titular e 1 ano para eventos de doenças graves.

O que configura um sinistro no contrato de seguro?

Entender o que é um sinistro em um contrato de seguro é fundamental. Um sinistro ocorre quando há prejuízos cobertos pela apólice de seguro. A seguradora, então, precisa pagar o segurado conforme o contrato.

Definição de sinistro

Em resumo, um sinistro pode ser um acidente de carro, dano em casa, despesas médicas ou a morte do segurado. É um conceito chave nos seguros, pois indica quando a seguradora deve agir. Cada apólice de seguro define o que conta como sinistro e como proceder.

Tipos de sinistro cobertos pelo seguro

Dependendo do seguro, os sinistros cobertos podem ser diferentes. Nos seguros de carro, incluem colisões, roubos e danos por fenômenos naturais. Para seguros de saúde, abrangem gastos médicos e hospitalizações. No seguro de vida, a morte do segurado é o sinistro principal.

É importante que o contrato de seguro mencione claramente os sinistros cobertos. Por exemplo, a Circular Susep nº 621, de 12/2/2021, dá 30 dias para pagar sinistros de danos. Do mesmo modo, a Circular Susep nº 667, de 4/7/2022, estipula 30 dias para sinistros em seguros de pessoas. Essas leis buscam evitar atrasos e complicações no pagamento dos sinistros.

Seguir essas normas faz a regulação dos sinistros ser justa e clara. Assim, facilita-se tanto a execução do contrato quanto o pagamento ao segurado.

Tipo de SeguroTipos de SinistroPrazo de Liquidação
AutomóvelColisões, Roubos, Danos Naturais30 dias
SaúdeDespesas Médicas, Hospitalizações30 dias
VidaMorte do Titular30 dias

Como funciona o processo de indenização?

Após um incidente, é importante seguir os passos da seguradora para ser indenizado. Há várias etapas nesse processo que precisamos entender bem. Isso ajuda a evitar atrasos ou problemas ao receber o valor devido.

Procedimentos iniciais após o sinistro

Notificar a seguradora sobre o incidente é o primeiro passo. Você deve descrever o que aconteceu. Essa notificação permite que a seguradora comece a avaliar o caso. Ela verificará se o sinistro está coberto pela apólice.

Documentação necessária para requerer a indenização

Para prosseguir, várias documentações são necessárias, como:

  • Relatórios policiais;
  • Registros médicos;
  • Documentos de identificação, como Carteira de Identidade, CTPS e Passaporte;
  • Prescrições e prontuários médicos, especialmente para reembolsos médicos.

É importante que os documentos estejam completos e corretos para evitar atrasos. A CAIXA processa a indenização do DPVAT em até 30 dias, se tudo estiver correto.

Tempo de análise pela seguradora

A seguradora tem até 30 dias para analisar o sinistro, seguindo a lei. Esse prazo pode ser pausado se faltarem documentos ou houver suspeitas de fraude. Se a seguradora atrasar, pode ter que pagar multas e juros.

EventoData
Data do óbito do segurado14 de junho de 2016
Data de entrega da documentação8 de março de 2017
Data de apresentação da demanda1º de agosto de 2017
Data do pagamento da indenização15 de agosto de 2017

A tabela mostra um processo de indenização, da data do sinistro até o pagamento. O processo pode ser longo, principalmente se precisar completar ou corrigir documentos.

O que acontece se a seguradora não pagar o sinistro em 30 dias?

Se a seguradora atrasar o pagamento da indenização além dos 30 dias, surgem problemas legais. Esses problemas afetam a seguradora e o segurado. O Código Civil diz que a seguradora deve pagar depois de verificar o carro e receber os documentos.

Se violar esse prazo, a seguradora encara multas e juros. Também pode haver outras punições contratuais. Essas penalidades garantem a eficácia do seguro auto. Também asseguram que os direitos do segurado sejam protegidos.

Caso não ocorra o pagamento, o segurado pode reclamar. Ele pode ir à Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). Pode também buscar ayuda legal para processar a seguradora.

Em caso de perda total, a indenização é pelo valor do carro segundo a tabela Fipe. Mas há casos que o seguro não cobre, como danos intencionais ou negligência grave. Isso afeta o pagamento.

A seguradora tem três anos para cobrar do causador do sinistro. Isso está no Código Civil. Esse tempo é importante para tratar todos com justiça. Ajuda a seguradora a recuperar custos.

Para evitar atrasos, o segurado deve enviar logo os documentos necessários. Tem que conhecer seus direitos. A revisão do carro deve ser detalhada. Isso cumpre as condições do seguro. Assim, reduz-se os problemas legais e os direitos do segurado são garantidos.

Consequências legais para a seguradora

Se a seguradora não pagar o sinistro em 30 dias, enfrentará problemas. Pode ter que pagar multas e juros. Ou até ser levada à justiça, além dos direitos do segurado em jogo.

Aplicação de multas e juros

A seguradora atrasada acaba pagando mais. Isso porque sobre o valor da indenização incidem multas e juros. É uma forma de compensar o segurado pelo atraso. Também serve para incentivar as seguradoras a serem pontuais.

Possibilidade de ação judicial

O segurado pode ir à justiça se não receber a tempo. Na justiça, além do valor devido, ele pode pedir mais indenizações. Até a resseguradora pode ter que responder por atrasos da seguradora.

Direitos do segurado

Conhecer seus direitos é vital para o segurado. Ele deve saber como receber sua indenização sem demora. E como lutar contra decisões injustas, mantendo seus documentos em ordem.

Segue uma comparação detalhada das consequências

ConsequênciaDetalhesImpacto para a Seguradora
Multas e JurosIncidência de atualização monetária sobre o valor da indenização e juros de mora.Financeiro, com impacto direto nas receitas da seguradora.
Ação JudicialPossibilidade de o segurado buscar compensações adicionais via tribunal.Legal, com possibilidade de custos adicionais e danos à reputação.
Direitos do SeguradoGarantia de que os direitos do segurado sejam respeitados e indenização paga.Legal e Operacional, demandando melhorias nos processos internos.

Procedimentos em caso de atraso no pagamento

Se o pagamento do seu seguro atrasar, é importante seguir algumas etapas. Essas etapas ajudam a resolver a situação rápido. E garantem que você, como segurado, tenha seus direitos respeitados.

Contato com a seguradora

Primeiro, fale diretamente com a seguradora para entender o motivo do atraso. Problemas como documentos faltando ou informações erradas podem causar o atraso. É bom manter um registro de todas as conversas com a seguradora.

Utilização de serviços de mediação

Se falar diretamente com a seguradora não resolver, procure serviços de mediação. A mediação tenta resolver o problema de forma amigável, sem precisar ir à justiça. Isso pode ser muito útil quando o problema é com seguros contra terceiros.

Consulta a um advogado especializado

Se a mediação não funcionar, falar com um advogado especializado em seguros pode ser importante. Ele vai orientar sobre o que fazer, incluindo ir à justiça, se necessário. Com a ajuda de um advogado, você pode resolver o problema de maneira justa.

Também é importante checar se você seguiu todos os procedimentos corretamente. Isso inclui pagar o seguro em dia e avisar a seguradora sobre qualquer mudança. Esses cuidados podem evitar problemas com a cobertura e atrasos no pagamento.

Exemplo:

AçãoData
Entrega da documentação para recebimento do seguro8 de março de 2017
Apresentação da demanda1º de agosto de 2017
Pagamento da indenização securitária15 de agosto de 2017
Tempo decorrido entre a entrega da documentação e o pagamentoaproximadamente 5 meses

Alternativas para resolver o não pagamento de sinistro

Se a seguradora não realizar o pagamento do sinistro no prazo, é vital conhecer outras opções. Existem caminhos eficazes antes de pensar em ações judiciais. Acionar a SUSEP e o Juizado Especial de Pequenas Causas são duas principais alternativas.

Acionamento da SUSEP

A SUSEP supervisiona o mercado de seguros no Brasil. Se o sinistro não for pago, o segurado pode reclamar lá. Esse processo é online e muitas vezes resolve sem ir à justiça. A SUSEP pode fazer a seguradora cumprir o contrato.

Recorrer a pequenas causas

O Juizado Especial de Pequenas Causas lida com casos de menor valor de forma rápida. Não precisa de advogado para causas até 40 salários mínimos. É bom para sinistros simples não pagos, sendo uma solução ágil.

Para entrar com ação, o segurado precisa da carta de negativa da seguradora. É muito importante saber dessas opções para proteger seus direitos contra a negativa de pagamento da seguradora.